Construções verdes: tendência em engenharia civil

Construções verdes: tendência em engenharia civil

O meio ambiente está na pauta mundial e permeia discussões de todos os setores. A construção civil é um dos segmentos que buscam reduzir os impactos na natureza. São as chamadas construções verdes, tendência que veio para ficar. 

Desenvolvimento com sustentabilidade 

O aquecimento global e as mudanças climáticas tornaram-se ameaças constantes para a sobrevivência do ser humano. Por isso, a sustentabilidade tornou-se assunto nos diferentes setores econômicos. Grandes corporações, políticos, governos, pesquisadores e ativistas buscam soluções para preservar o meio ambiente, a qualidade de vida das pessoas, a fim de reduzir a escassez de recursos. 

A engenharia civil e a arquitetura também estão atentas aos melhores métodos sustentáveis para que as suas ações sejam menos agressivas ao meio ambiente. Para que a obra seja considerada verde, o conceito deve estar presente desde o início do projeto. Tudo deve ser planejado para atender à concepção. 

  • Gestão de água: A economia de água é uma tendência em muitas obras de construção civil. Entre as alternativas está o reuso do recurso hídrico na limpeza, jardinagem e sanitários. O aproveitamento da água da chuva também é uma maneira de fazer a gestão. As ações citadas ajudam a diminuir o consumo significativamente. 
  • Eficiência energética: Uma obra deve ser sustentável antes, durante e depois. A redução no consumo energético pode ser implementada com painéis solares no imóvel. A instalação pode ocorrer nas áreas comuns ou em uma área específica da propriedade. Outra opção é usar os painéis fotovoltaicos durante os períodos de obras. Isso ajuda a reduzir os gastos e diminui a queima de diesel, utilizado em geradores tradicionais localizados nos canteiros. Outra alternativa para otimizar a energia é colocar tomadas para carro elétrico no estacionamento. Essa solução sustentável incentiva a redução na emissão de carbono.
  • Gestão de resíduos: Para se livrar dos resíduos que acumulam durante as obras de construção civil, as incorporadoras investem na gestão e disposição correta, por meio de contratos com empresas especializadas nestes serviços. É possível aplicar no canteiro de obras o sistema de reciclagem e reutilização de resíduos. 
  • Processos de reaproveitamento: Alguns resíduos gerados nas obras podem ser reaproveitados. O setor vem buscando outras soluções para transformar rejeitos de minério de ferro em outros materiais, como ladrilhos, blocos pré-moldados e artefatos cerâmicos. O reaproveitamento desses materiais dá utilidade ao que antes seria jogado fora, transformando-os em insumos, reduzindo a poluição. 
  • Automação: Outra tendência observada na construção civil é a automação predial. O sistema reduz erros, custos operacionais e melhora o processo de manutenções e construções. A tecnologia melhora a segurança e otimiza os gastos com energia e água. A utilização do sistema de automação torna o projeto mais econômico e prático.
  • Estruturas modulares: Esse é um método que reduz e muito a geração de resíduos na obra. Além de acelerar e otimizar etapas da construção, são um diferencial impossível de ignorar.  Além da sustentabilidade e economia, a mobilidade dessas estruturas é uma outra grande vantagem. Uma casa modular pode ser transportada para uma nova cidade ou terreno a qualquer momento, com menos custo de uma construção nova, por exemplo.

Ser verde é bom

A construção verde é uma necessidade do mundo contemporâneo, que tenta reduzir os impactos da ação humana na natureza. Há também o cumprimento das metas do acordo climático de Paris, a fim de evitar a falta de recursos naturais, o que traria um grande problema para a humanidade.  

Arquitetos, engenheiros e construtoras estão mais preocupados com as possíveis consequências ao mundo, caso continuemos levantando edifícios e a criar outros tipos de construções sem pensar na sustentabilidade. Por isso, o conceito de construção verde ganhou adeptos no mundo. 

Cada vez mais, prédios e outras obras são pensadas para serem verdes. Soluções que ajudem a reduzir o consumo de energia e água são sempre bem-vindos. Há edifícios projetados para gerarem sua própria energia, o que possibilita o reuso da água, além de permitir o aquecimento ou o resfriamento de um ambiente sem a utilização do ar-condicionado ou aquecedor.

O movimento também ganhou adeptos entre os consumidores mais exigentes. Eles optam por construções desenvolvidas de maneira sustentável e que valorize o meio ambiente e ações que incentivem os hábitos sustentáveis entre moradores e funcionários.

Segundo Terri Wills, presidente-executiva do World Green Building Council, os edifícios são responsáveis por cerca de 38% das emissões de gases de efeito estufa. Wills explica que para cumprir o acordo de Paris todos os prédios devem se tornar sustentáveis em termos de construção e funcionamento. Caso contrário não atingiremos a meta de limitar o aquecimento global a 2 °C. 

A construção verde tem atingido até mesmo a China, um dos países mais poluidores do mundo. Para tornar-se sustentável, em 2018, o governo chinês determinou que 50% de todos os edifícios urbanos novos tenham certificação verde.

Para atender a essa grande demanda, os profissionais de engenharia, arquitetura e construtoras devem investir em especialização na área da construção verde. Ser sustentável não é ativismo, é uma necessidade mundial para garantir a qualidade de vida e a existência do planeta

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